quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ARTIGO DE HOJE - Por Paulo Vasconcellos

A propósito, a divisão do Pará

A julgar pelos últimos acontecimentos, sendo um deles as eleições, o assunto divisão do Pará foi temporariamente engavetado, tudo por causa do processo eleitoral. Ninguém se arriscou a falar do assunto em cima dos palanques, talvez para não atrapalhar os planos e promessas aos eleitores. A julgar ainda pelo reboliço que causou o assunto, dividir o Estado pode até beneficiar qualquer um dos três que farão parte das fatias, mas isso pode levar anos e não somente as discussões entre alas políticas resolvem problemas dessa natureza. O único parlamentar Paraense que defendeu a bandeira da não separação foi Zenaldo Coutinho, reeleito deputado federal, mas agora, integrado a equipe de governo de Simão Jatene.


Os que se dizem “caciques” e comandam politicamente as regiões Sul e Sudeste do Pará, tentam de todas as formas reforçar cada vez mais seus esquadrões para sustentarem suas vontades e baterem o martelo em favor do separatismo. A imprensa, por sua vez, deixou até de inserir o assunto em suas pautas, pois o movimento das eleições enfraqueceu em se tratando de manifestações a favor ou contra. Depois da eleição e também das definições secretariais, já há quem fale de divisão do Estado e novamente os defensores se movem para juntarem forças, pois além do Estado de Carajás o de Tapajós também faz fervilhar os interesses coletivos. Coincidentemente as duas pronúncias são vertentes indígenas, fator que pode favorecer a separação, se for levado em conta à representatividade que a raça tem por essas bandas do Brasil.



No mês de fevereiro os parlamentares voltam às atividades, em Brasília, o Pará dispõe de 17 cadeiras na Câmara e três no Senado. Somadas as 41 cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado, quando multiplicadas pelos interesses é de se esperar grande discussão que devem envolver até parlamentares de outras unidades da Federação. Quem for a favor da separação, certamente vai procurar massificar o movimento em todas as circunstâncias na tentativa de enfraquecer o lado opositor, que dizem ser o mais fraco. Os desafios estão lançados e há quem diga que a divisão do Pará só depende de algumas canetadas, entretanto, quem ainda tem esperança de não ver Estado esfacelado, corre por fora e espera o resultado. No entanto, há também a espera pela determinação da presidente Dilma que mesmo ainda de forma tímida, anuncia a possibilidade de uma reforma política, caso que também vai ser debatido em vários forros. Como ainda estamos no início dos governos e os parlamentos ainda nem começaram a trabalhar, tem até quem aposte em reviravolta, mas existem também os que encabeçam os lados pessimistas e já jogaram a toalha. No meio de tantos projetos, ninguém afirma que o Calor das discussões esteja fora de cogitação, ressalvando-se os que vão usar a coerência e votar com consciência. (PV)

Edição e Digitação: PH
Texto: Paulo Vasconcellos

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